O meu tempo é o fim do tempo. O meu lugar é escrever. O resto é mar. É ir e voltar!
Gostava talvez de fazer longas viagens, quem sabe, porque não, ir contigo ao Oriente. Mas não me dou ao trabalho nem seuqer de o pensar.
“ Viajo noites inteiras de uns pensamentos para outros”. Viajo por esta Lisboa que eu cuidava ser minha e afinal, descobri, não é. Por isso abalo, vou-me embora.
Lisboa fica mais vazia sem mim mas ninguém o vai notar. Vou depois do Inverno acabar e porque tenho pressa, vou devagar.
O porquê de Fragmentário
Um diário é um conjunto de apontamentos que se apontam dia a dia - desses não tenho, por isso não escrevo diários -, de soluços aos solavancos, fruto das horas mortas e dos momentos inadequados do não sentir. Por isso, “Fragmentário”. Onde o navio? Sem navio...
terça-feira, 29 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Por dentro
Sofrer o cansaço dos neurónios da cabeça por mais uma noite de pesadelos. Noites longas, as minhas, atormentadas por um único pensamento que nem sei qual é, de manhã, ao acordar!
Rios de loucura correndo ao contrário do leito, pesadas horas as do relógio parado mas martelando ainda na minha cabeça todos os minutos em que ansiava por ti.
Sei que existes, ainda mas ninguém me diz se és feliz ou infeliz.
- Quero lá saber da minha infelicidade. – Dirias tu!
Quero lá saber da minha felicidade, diria eu.
Quando penso em ti, saio de mim e deixo de ser eu. Porque o amor que te tenho (nem tenho a certeza que seja amor) tenho-to apenas na minha cabeça, que morto está de há muito o meu coração. O coração ainda não deixou de bater mas sabe-se lá até quando…
Está tudo esquecido. Esquecido? Tantos dias, tantos anos? De nada valeram os dias em que tudo o que acontecia apenas tinha sentido por nós?
(A asa da ave, quando ferida, soltou algumas penas que eu agora uso como enfeite)!!!
De que me serve ter asas se já não posso voar?
Rios de loucura correndo ao contrário do leito, pesadas horas as do relógio parado mas martelando ainda na minha cabeça todos os minutos em que ansiava por ti.
Sei que existes, ainda mas ninguém me diz se és feliz ou infeliz.
- Quero lá saber da minha infelicidade. – Dirias tu!
Quero lá saber da minha felicidade, diria eu.
Quando penso em ti, saio de mim e deixo de ser eu. Porque o amor que te tenho (nem tenho a certeza que seja amor) tenho-to apenas na minha cabeça, que morto está de há muito o meu coração. O coração ainda não deixou de bater mas sabe-se lá até quando…
Está tudo esquecido. Esquecido? Tantos dias, tantos anos? De nada valeram os dias em que tudo o que acontecia apenas tinha sentido por nós?
(A asa da ave, quando ferida, soltou algumas penas que eu agora uso como enfeite)!!!
De que me serve ter asas se já não posso voar?
segunda-feira, 21 de abril de 2008
once, open a time...
... Era uma vez uma princesa encantada no seu castelo e um cavaleiro andante sem Quixote. Um dia o cavaleiro estacionou á porta do castelo da princesa e soube, sem que o soubesse, que ali morava uma princesa.
Tinha sido feita prisioneira no seu castelo, a princesa. Por amor. Estava encantada desse amor e encantada aguardava a passagem do seu amor, um belo e ditoso cavaleiro.
Quando o cavaleiro certo apareceu e porque não queria combater contra moinhos de vento, logo a princesa despertou do seu encantamento. E porque a aia o chamou, o cavaleiro parou. Parou e disse:
- És uma princesa encantada e eu um cavaleiro à procura. Sou aventura.
Tinha sido feita prisioneira no seu castelo, a princesa. Por amor. Estava encantada desse amor e encantada aguardava a passagem do seu amor, um belo e ditoso cavaleiro.
Quando o cavaleiro certo apareceu e porque não queria combater contra moinhos de vento, logo a princesa despertou do seu encantamento. E porque a aia o chamou, o cavaleiro parou. Parou e disse:
- És uma princesa encantada e eu um cavaleiro à procura. Sou aventura.
sábado, 19 de abril de 2008
sexta-feira, 11 de abril de 2008
A cidade branca...
“... Lembro-me. Ciclicamente lembro-me. Neste quarto pequeno onde me esqueço, reinvento o futuro que não haverá e acabo sempre por retornar a esses tempos idos naquela cidade enlouquecida.
Lisboa cidade branca, Lisboa cidade velha, Lisboa cidade à deriva. Cidade de fantasia…”
Lisboa cidade branca, Lisboa cidade velha, Lisboa cidade à deriva. Cidade de fantasia…”
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Principe Real
Conheço um Príncipe. A sério. Não, não é Sírio. Nem é Grego tão pouco. Nem sequer é de linhagem aristocrática mas é Príncipe.” De que vale um Rei sem reinado? Sim que reinado sem Rei pode haver num intervalo”. Real. Príncipe Real. Tão real como a esplanada que o habita. Ilusório o Príncipe...
Oh, no tempo em que havia Caravelas Reais. Só Caravelas Reais. E eu a fingir...
Oh, no tempo em que havia Caravelas Reais. Só Caravelas Reais. E eu a fingir...
terça-feira, 8 de abril de 2008
Luz e trevas
A minha alegria quando penso em ti é uma alegria infantil, iniciática, virgem. Uma alegria boreal, primaveril, fantasista, porque...
Luzes, archotes, relâmpagos. Apagam-se os alambiques, queimado o álcool, ribomba o anunciado trovão. Tudo às escuras. Vou-me embora, tenho medo.
Na volta da maré vou-me embora, enfim soltas as amarras, olhar atento, peito firme, a cabeça cheia dos acordeões de antigamente.
Tristes carapaças de nós mesmos, amarrotados cartões de visita, que outra coisa não somos, antes de reentrar no caixilho.
Luzes, archotes, relâmpagos. Apagam-se os alambiques, queimado o álcool, ribomba o anunciado trovão. Tudo às escuras. Vou-me embora, tenho medo.
Na volta da maré vou-me embora, enfim soltas as amarras, olhar atento, peito firme, a cabeça cheia dos acordeões de antigamente.
Tristes carapaças de nós mesmos, amarrotados cartões de visita, que outra coisa não somos, antes de reentrar no caixilho.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Promessas veladas
Sombras prometidas as do oásis ali ao lado no Jardim Botânico. Promessas veladas as da Drª quando me olha, aquando do intervalo - pausa para café -, a meio da tarde, só porque ainda ontem trocámos beijos de fugida no escritório.
Sinal fechado. Tempo de esperar um pouco.
Sinal fechado. Tempo de esperar um pouco.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
A minha amada
A minha amada oferece-se-me, linda, como uma flor na primavera e eu só anseio sorver o seu pólen sobretudo quando está a florir. Amo-a mais que a qualquer outra flor, á minha amada, e ela fica bem feliz por ser assim.
O seu sorriso é um bálsamo para mim e encerra sempre grandes promessas de amor;
Os seus olhos são mais transparentes que espelhos de água e fazem lembrar verdes prados espraiados á espera do Verão;
Os seus cabelos são negros como carvão mas o seu roçagar queima como incandescentes tições;
Os seus braços são como tentáculos de polvo e as suas pernas são como estiletes de marfim;
Os seus seios pequenos são rijos como romãs e o seu ventre é quente e fecundo como húmus.
Assim é a minha amada.
O seu sorriso é um bálsamo para mim e encerra sempre grandes promessas de amor;
Os seus olhos são mais transparentes que espelhos de água e fazem lembrar verdes prados espraiados á espera do Verão;
Os seus cabelos são negros como carvão mas o seu roçagar queima como incandescentes tições;
Os seus braços são como tentáculos de polvo e as suas pernas são como estiletes de marfim;
Os seus seios pequenos são rijos como romãs e o seu ventre é quente e fecundo como húmus.
Assim é a minha amada.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Lunch time
Pardais saltitantes de mesa em mesa roubando as migalhas ou as descuidadas moscas, enquanto as gaivotas do alto do candeeiro vigiam, papo cheio!
E as pombas, as desinibidas pombas - outrora brancas, perdida a mácula -, ansiando vorazes a chegada da velha doida que as perfilha! Chegado por fim o som do tilintar do milho sobre o basalto da praça da Figueira.
E as pombas, as desinibidas pombas - outrora brancas, perdida a mácula -, ansiando vorazes a chegada da velha doida que as perfilha! Chegado por fim o som do tilintar do milho sobre o basalto da praça da Figueira.
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